Muitas empresas não dão valor à gestão das redes sociais e acabam colocando um profissional não qualificado para atender, atualizar e gerir as informações das redes como Twitter, Facebook, Orkut.
A visão de que, trabalhar nas redes seja algo simples pode parecer correta à primeira vista e talvez seja a visão da maioria dos donos de micro e pequenas empresas mas, se a empresa almeja realmente se fazer presente e utilizar destas ferramentas, o uso inadequado destas redes, não apenas pode ser inútil como pode até desvalorizar, diminuir a confiança e até mesmo destruir completamente uma boa imagem que os clientes tenham dela.
Podemos comparar a gestão das redes sociais com qualquer outra atividade, desde a gerência, passando pelas vendas, até aquele encanador terceirizado que a cada dois meses passa na empresa fazer um pequeno conserto nas tubulações.
O argumento destes cai por terra pela seguinte comparação. Eu, formado em Marketing, sem nunca ter trabalhado como caixa de supermercado, nem como estoquista, nem como eletricista, poderia muito bem passar as compras no caixa e voltar troco, colocar 200 potes de achocolatado na prateleira correta e também colocar uma tomada e ligar o ar condicionado...Tranquilamente eu poderia fazer isso mas, será que o caixa faz apenas isso? Será que eu teria a mesma competência do que aquela pessoa treinada que gosta de trabalhar nessa área?Será que, ao instalar uma "nova tomada", eu teria a mesma preocupação e visão do que uma pessoa que foi TREINADA para isso (um eletricista)?
O mesmo podemos dizer das redes sociais. Acessar o Facebook ou o Twitter e postar "Hoje temos 10% de desconto para eletrodomésticos" é fácil, realmente muito fácil, talvez até minha sobrinha de 10 anos consiga fazer isso, mas será que "gestão em redes sociais" se trata apenas disso?
Explicar detalhadamente do que se trata poderia tomar muito tempo do leitor, mas convém ressaltar algumas das atividades da gestão das redes sociais: definir, distinguir e separar o público alvo, descobrir a melhor forma de se relacionar com estes, falar e escutar o cliente, publicar conteúdos que sejam realmente relevantes para as pessoas, estar atento às interações e respondê-las com clareza, presteza, prontidão e superando as expectativas, responder as críticas de forma educada, cortês, gentil e distinta, dentre outras tantas atividades.
Ao dizer que qualquer pessoa pode gerir a rede social da sua empresa se está cometendo o mesmo erro que dizer que qualquer um poderia ser professor afinal "Basta apenas fazer login e publicar uma promoçãozinha uma vez ao dia" ou "basta apenas copiar na lousa aquilo que está no livro".
Será mesmo?
Na dúvida sobre a segunda afirmativa, pergunte a qualquer professor.
Na dúvida sobre a primeira, pergunte a mim.
Entre em contato e agende uma consultoria pessoal ou virtualmente.
Everton do N. Siqueira
Formado em Marketing pelas Faculdades de Tecnologia Internacional
everton2040@hotmail.com
quinta-feira, 14 de junho de 2012
sábado, 2 de junho de 2012
Um folder inútil da Coca-Cola ou "pra que serve essa propaganda"?
"Se eu tivesse um único dólar, investiria em propaganda." (Henry Ford)
Hoje, quando fui na padaria, retirei um folder que havia em cima do balcão:
Você, leitor, assim como eu, deve ter feito inúmeras perguntas como:
- Em que consiste a campanha?
- Quem pode doar agasalhos?
- Como doar?
- Onde levar agasalhos pra doação?
- Quem receberá os agasalhos?
- Quais as datas?
- Quem doa concorre a alguma coisa?
- Qual o telefone dos organizadores?
- Qual o endereço dos organizadores?
- Onde posso ligar pra saber mais informações sobre a campanha?
- Em qual site posso ler mais sobre a campanha?
E por último:
- Porque raios uma empresa gasta dinheiro imprimindo um folder tão inútil como esse?
Obviamente que esse folder não foi impresso pela Coca-Cola, já que a empresa possui uma das melhores equipes de marketing no mundo, mas sim pela distribuidora de Itapeva (Loureiro & Loureiro), que certamente não possui um setor de marketing, ou se possui, não está fazendo seu trabalho direito.
Acho que andaram levando a sério demais a frase de Henry Ford, citada no início deste artigo, esquecendo que ele se referia, obviamente, a propagandas BEM FEITAS e não a propagandas inúteis.
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Pequena crítica às Novas Classes Sociais da SEAE
Foi divulgado recentemente um estudo da Secretaria de Estado de Assuntos Estratégicos (SEAE), referentes a "novas classes sociais" (1), onde a secretaria afirma que, famílias cuja renda per capita esteja entre R$ 291 e 1019 pertencem à Classe Média. Dentre outras afirmações, classificam que, quem ganha acima de R$ 1020 já pertencem à Classe Alta.
Neste artigo, primeiramente quero deixar claro que a finalidade não é falar sobre política, nem sobre o PT, mas demonstrar, com bases em estudos sérios e cálculos de entidades idôneas os erros dessas "novas classes sociais"
Definir com clareza os limites econômicos e os requisitos para se pertencer a cada classe torna-se complicado, uma vez que os autores e especialistas no assunto divergem e mesmo porque as relações de consumo e a forma de vida variam de pessoa para pessoa, mas TODOS mostram que as "classes sociais" ou hierarquia da sociedade estão muito distantes daquilo que essa pesquisa apontou neste final de maio.
Para o IBGE, ainda que utilizem outra variável (Renda familiar, ao invés de renda per capita), a Classe C (equivalente a Classe Média) seria alguém que tenha renda de 6 a 15 salários mínimos. Dividindo-se esse número pela média brasileira (que é de 3,53 pessoas por família), chegaríamos ao mínimo aproximado de R$ 1057,22 per capita. Nota-se que é quase 4 vezes mais do que o padrão mínimo da "Baixa Classe Média" divulgado neste ano pela SEAE.
Outro indicador sério, utilizado pela ABEP (Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas) utiliza valores semelhantes ao IBGE, de R$ 1194,00 para a Classe C, por exemplo. Se formos comparar agora a Baixa Classe Alta da SEAE, cuja renda mínima é de R$ 1120,00 per capita, com a Classe A2 (R$ 6563 per capita )da ABEP, teríamos uma diferença ainda mais gritante: de mais de 4 vezes a diferença.
Como se os números não fossem necessários para entender o grande equívoco desta Secretaria irei fazer uma pequena análise usando a tão conhecida Pirâmide de Maslow.
Para o IBGE, ainda que utilizem outra variável (Renda familiar, ao invés de renda per capita), a Classe C (equivalente a Classe Média) seria alguém que tenha renda de 6 a 15 salários mínimos. Dividindo-se esse número pela média brasileira (que é de 3,53 pessoas por família), chegaríamos ao mínimo aproximado de R$ 1057,22 per capita. Nota-se que é quase 4 vezes mais do que o padrão mínimo da "Baixa Classe Média" divulgado neste ano pela SEAE.
Outro indicador sério, utilizado pela ABEP (Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas) utiliza valores semelhantes ao IBGE, de R$ 1194,00 para a Classe C, por exemplo. Se formos comparar agora a Baixa Classe Alta da SEAE, cuja renda mínima é de R$ 1120,00 per capita, com a Classe A2 (R$ 6563 per capita )da ABEP, teríamos uma diferença ainda mais gritante: de mais de 4 vezes a diferença.
Como se os números não fossem necessários para entender o grande equívoco desta Secretaria irei fazer uma pequena análise usando a tão conhecida Pirâmide de Maslow.
Entende-se a pirâmide da seguinte forma: O ser humano possui uma hierarquia nas suas necessidades, sendo as que estão abaixo prioritárias e as demais vindo em consequência da realização das inferiores. Ou seja, alguém que não tenhoa suprido suas necessidades fisiológicas (a fome por exemplo) não terá tempo nem interesse em querer suprir as outras necessidades superiores. Para o melhor entendimento da pirâmide, sugiro ler um pequeno resumo que fiz que consta ao final deste artigo (2) e, para estudo mais aprofundado, as fontes citadas ao final do resumo.
Para levar a fundo essas "Novas Classes Sociais" determinadas pelo governo, basta ver por exemplo a "Média Classe Média", que teoricamente equivale-se ao exato centro da pirâmide
Uma pessoa da "Média Classe Média" (renda per capita de R$ 442 a R$ 641) pode dizer que já conseguiu satisfazer, ao menos em grande maioria, suas necessidades de fisiológicas e de segurança, ou seja, um indivíduo com um salário de R$ 442,00 per capita realmente já pode comer, beber, ter uma casa, comprar roupas suficientes, pagar suas contas, ter um pequeno conforto (internet, TV a cabo), um seguro de vida, Plano de Saúde, etc e agora pensa em se adequar socialmente frequentando certos ambientes como bares exclusivos, teatros, clubes e associações?
Se os gênios que fizeram esse cálculo das "Novas Classes Sociais" conseguirem me explicar qual foi a mágica para fazer R$ 442,00 render tanto, eu ficaria muito satisfeito.
Tabela comparativa das classificações de Classes Sociais segundo a ABEP, IBGE e SEAE
PARA VISUALIZAR A TABELA, CLIQUE NA IMAGEM
Everton do N. Siqueira
Especialista em Marketing
Referências:
(1) http://g1.globo.com/economia/noticia/2012/05/classe-media-tem-renda-entre-r-291-e-r-1019-diz-governo.html
(2) A pirâmide de Maslow:
Necessidades Fisiológicas: Fome, sede, repouso, de abrigo, enfim, as necessidades mais "instintivas" do homem e necessárias para sua existência.
Necessidades de Segurança: Não se trata de "comprar alarmes", mas sim de segurança financeira, saúde e bem-estar, seguros, etc. É nessa fase das necessidades que o indivíduo começa a fazer planos futuros, bem como pensar em pequenas exigências nas suas compras, como um alimento mais saboroso ou uma roupa um pouco melhor.
Necessidades Sociais: Tendo satisfeito as duas necessidades anteriores, o indivíduo começa então a se preocupar socialmente, no exemplo econômico, podemos citar quando ele começa a frequentar determinados bares, ou ir a lugares para se "enquadrar socialmente". As propagandas de cerveja tentem a explorar muito bem esta necessidade. Há um ditado popular que diz: "Pobre não tem depressão"; longe de querer abrir um debate sobre o assunto, até mesmo porque não sou médico, se analisarmos somente do ponto de vista mercadológico embasados na pirâmide de Maslow, poderemos perceber que até faz sentido: quem se preocupa apenas com suas necessidades mais básicas (fisiológicas e de segurança) não estarão atentos a perceber não estarem insatisfeitos em suas necessidades sociais. Geralmente é neste nível das necessidades, que algumas pessoas começam a ter crises existenciais (ex: "Ninguém me ama"!)
Necessidades de Auto-Estima: São as necessidades onde o indivíduo procura se auto-realizar, procurando evitar a depressão e nesta etapa começa, por exemplo, a "filosofar sobre a vida". No tocante à seu comportamento de consumo, é nesta etapa por exemplo que começa a preocupar-se mais com a qualidade das roupas, das marcas do que consome, e a gastar mais para ter se "sentir melhor". É aqui também que começam as cirurgias e operações estéticas, os investimentos em beleza, etc.
Necessidades de Auto-Realização: Tendo atingido, ao menos parcialmente, as outras quatro necessidades, os seres humanos tentem a buscar cada vez mais uma realização interior, sendo assim, o própio autor da pirâmide (Maslow) descreve que esta necessidade jamais poderá ser totalmente satisfeita, pois faz parte do homem estar sempre "buscando mais". No aspecto do consumo, é aqui que entra o mercado de luxo propriamente dito, ou mesmo as viagens frequentes ao exterior, a compra de carros importados, etc. Percebe-se que faz então sentido o aspecto "ilimitado" destas necessidades, uma vez que todos os ricos que possuem luxos, geralmente querem mais luxo, mais riqueza e cada vez mais, tendem a comprar produtos mais caros.
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