O vídeo fala por si só e já emociona aquele que assiste, mesmo assim quero tecer alguns comentários.
Quando perguntaram a Philip Kotler, se ele tivesse que optar pela marca da Coca-Cola ou por todas suas fábricas o mestre não ousou responder: "a marca". Quando consumimos produtos como a Coca-Cola, não estamos necessariamente apenas ingerindo o alimento ou bebida oferecidos, mas também toda a imagem e filosofia que a marca traz em si.
Me admiro muito em ver a maneira como a Coca-Cola construiu sua marca, com mensagens positivas, aliando seu nome à família tradicional, reunida na mesa, almoçando juntos, sempre mostrando o sorriso estampado no rosto das pessoas.
Estamos no início de 2011, diante de guerras e mortes ocorrendo no oriente médio, diante de catástrofes naturais que aos poucos estão fazendo as pessoas desacreditarem na existência de bondade neste mundo. O Brasil hoje ocupa o 6º lugar no ranking de homicídios no mundo e quase 40% dos nossos jovens morrem desta forma trágica (1). Tais fatos e dados, aliados às dificuldades do mundo moderno, onde quase 50 milhões de brasileiros vivem com apenas R$ 80 por mês (2), tem levado muitos a perder a esperança, perder a fé, aumentando assim o número de pessoas depressivas que hoje já são cerca de 13 milhões de brasileiros (3).
A Coca-Cola, além de divulgar a tua marca, quer mostrar com este comercial (baseado em um estudo real, segundo a empresa) que mesmo com o desânimo, a corrupção, a destruição do meio ambiente, as guerras e o medo, ainda existem coisas boas em número significativamente maior.
A propaganda inicia com o "desânimo" e, contrariamente a ele, coloca o número muito maior de "casais que planejam ter filhos", porque já faz parte da marca valorizar a família tradicional e unida, respeitando a vida. Talvez seja essa uma das chaves do sucesso da marca, valorizando a família e o respeito pelo ser humano, enquanto muitas outras (como as propagandas de cerveja por exemplo) fazem questão de atacar e destruir.
Quanto cita a corrupção, que hoje descaradamente vemos em várias partes do Brasil, o comercial enfatiza um número maior de pessoas que doam um pouco de seu sangue para salvar milhares de pessoas que estão precisando.
Depois de várias comparações, todas com ênfase otimista, a Coca-Cola então, de maneira discreta e brilhante, compara o "número de armas", hoje responsáveis por milhares de mortes nas guerras que assistimos no oriente médio com um número muito maior de "pessoas compartilhando Coca-Cola".